Estava passando o final de semana em Mosqueiro, na casa de praia dos meus sogros. Com o desabastecimento de água que abateu-se sobre o distrito, e com a necessidade de água mineral para uso pela minha caçulinha, rodamos pelas ruas atrás de água. Encontramos uma pequena venda, na rua 16 de Novembro, vendendo garrafões de cinco litros. Minha esposa não é de esperar para resolver as coisas, e assim que estacionei o carro, ela foi logo saindo do carro e se dirigindo ao depósito para comprar a água. Nesse momento, um senhor magro, com uma bolsinha na mão, passou perto da janela do carro e disse – “O cara quando é gordo é fogo, já nem sai mais do carro pra fazer as coisas; eu já fui gordo assim…” e foi se afastando, naquele passo peculiar dos bêbados. Pensei com meus botões, mesmo estando de camiseta – “Puxa, o cidadão está embrigado as seis da tarde…” E ri dele dizendo já ter sido gordo. Com aquela magreza de quem se fosse pego pelo caminhão do osso daria para fazer no máximo um pente e dois botões, era algo difícil de acreditar. No dia seguinte, passando pelo mesmo local quase a mesma hora, lá estava o mesmo cidadão atravessando a rua, com a mesma sacolinha de ferramentas, e igualmente bêbado como um gambá, tal qual na noite anterior. Com tanta “cana” no bucho, comecei até a acreditar que ele já tinha sido gordo mesmo. Mas a esse preço, não dá: deixe-me com meus quilos a mais porém com meu fígado em bom estado…
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