Crônicas da vida – Sabedoria para agir e não agir

seguranamaodedeusPrecisei fazer uma cirurgia. Como fiquei repetindo para mim e contando para os meus, “simples, preventiva e planejada”.

Dois meses entre a conclusão pela oportunidade e a realização efetiva da mesma. Tudo bem arrumadinho, com acompanhamento de cardiologista, endocrinologista, anestesista; enfim, uma cirurgia eletiva com todos os seus requintes de preparação.

Mas fiquei assustado. Preocupado. Com medo. Segundo o médico, até demais; mas afinal o corpo e a vida são minhas!

Tinha preocupações com o antes, com o durante, com o depois… Falei sobre isso com minhas irmãs, e elas me disseram, cada uma no seu estilo: “Se sentimos alguma coisa, uma dor por exemplo, a orelha já fica de pé. A pergunta vem, será que vou precisar da ajuda dos outros? , mas já entendi que isto não depende de nós.” e “Sem medo exagerado. Tudo dará certo.“.

Conversei com minha esposa, e ela sempre dizendo que iria dar tudo certo. Mas ela compartilhava um pouco do medo. Apenas procurava não falar muito sobre isso. Agradeço; as vezes não queremos realidade crua, e sim alento.

Dessa forma, optei por cuidar bem do antes: agendei e fiz todos os pré-operatórios, dieta e remédios para chegar bem na cirurgia, detalhamento nas consultas explicando meus históricos de problemas nas intervenções, antecipação nos procedimento administrativos e remessa prévia da documentação para o hospital. O depois seria em casa, com minha esposa coordenando todas as ações.

Mas não quis saber do durante. Não fui a internet ver detalhes do procedimento, não pedi grandes explicações ao gastroenterologista, não fui atrás das possíveis complicações que poderiam advir.

As vezes, a situação que estamos vivendo não nos permite controlá-la, mas podemos controlar nossa reação perante ela. Apesar do medo, tentei me manter otimista e seguir confiando em Deus e na minha boa recuperação.

Deu tudo certo. Poucas dores, rotina com pouco desconforto, boa estrutura em casa, dieta controlada, o corpo se acostumando a nova “configuração”… perdi até alguns quilinhos!

Seis dias depois da cirurgia, vamos a casa dos avós de minha esposa, onde se comemorava o aniversário de uma tia dela. Determinado momento, se aproxima um tio dela, médico em Manaus, para saber como eu estava.

Como nossas conversas sempre foram muito ricas, abrangendo diferentes assuntos, ele da maneira mais espontânea possível começa a descrever o procedimento feito no pai dele – que foi o mesmo que eu fiz – que ele acompanhou de dentro da sala de cirurgia. Descrição detalhada, com direito a lama preta, pedras, grampeamento, ressecção, aspiração…

Fui sábio em não querer saber antes! kkk!

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