Encontros com o mestre – o bom cabrito não berra?

estacionamentocheiopequenoEstacionamento cheio. Absurdamente cheio. Local de primeira visitação. Noite chegando. Terreno em declive. Árvores e construções impedindo a visada direta.

Caminha para um lado. Desce por uma rampa de terra. Procura um ponto de referência. As curvas atrapalham. Carros demais. Parecidos.

Começa a dar uma ponta de agonia. “Caramba, vou ficar aqui até meia-noite!” Anda mais um pouco. Procura mais um pouco.

Agora é o nervosismo e a impaciência que começam a afligir. A irritação começa a turvar a clareza do raciocínio. “Que droga, não tem uma cor, uma letra, uma placa…”

Tem uma ideia. “Vou abrir e fechar o carro, de repente eu ouço algo”. Abre. Fecha. Abre Fecha. Ouve algo. Não sabe onde…

Quando uma frase repleta de palavrões começa a se formar na mente, ele ouve a voz do mestre: “Quando os problemas surgem, a providência divina sempre te sustentou e fortaleceu. Porque hoje seria diferente?

“Ah, mestre, acho que Deus tem coisas maiores no momento para fazer do que ficar me ajudando a achar um carro…”

Deus sabe do que você precisa antes mesmo que você saiba. As coisas já estão aí, na maior parte das vezes. Basta vislumbrar e usar. Dizem que o bom cabrito não berra. Não é verdade, você deve usar toda a ajuda possível, de todos os recursos e de todas as pessoas. As vezes, com essa conversa de que bom cabrito não berra, a única coisa que ele ganha é o prêmio de morrer calado…

Ele olhou para o controle… função de auxílio de localização… três segundos pressionados, uma, duas vezes; com o cair da noite, as piscadas das setas pareceram um grito no escuro.

Ele ia agradecer, mas o mestre já tinha ido. Ele tinha mais o que fazer ou não queria rir na frente dele…

 

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