Minha filha estava numa dessas lojas de depilação, e com o serviço concluído, sou chamado para fazer o pagamento.
Enquanto aguardo a emissão do cupom fiscal, uma pessoa – que cria eu, uma mulher – se posiciona ao meu lado no balcão.
A atendente pergunta “O que vai ser ?” e a mulher responde “Bigode“.
Sou pai de menina, e já aprendi que chamam de buço. Mas a atendente manteve-se impávida, e assim fiquei eu.
A atendente disse “não estou encontrando… qual é o nome mesmo?” e sem hesitar, a mulher responde “Mateus, sem h“.
A atendente permaneceu impassível, mas eu virei e olhei. Era uma mulher pequena, com traços absolutamente comuns.
Mas, retornando para minha discrição, pensei “Nome social, com certeza. O mundo hoje anda tão moderno…“
A atendente insiste que não está encontrando. Aí a mulher vira para trás e pergunta “Você não cadastrou no seu nome, meu filho?“
Sentado atrás de mim, um rapazola de uns 16 anos, branquelo, esquálido e espinhento.
“Normalidade restaurada“, diria o computador daquela nave do “Mochileiro das Galáxias”…