“Que lugar bonito, mestre!”
“É verdade… um dia, o bom estará acessível a todos…”
“Será?”
“Sim… mas habitualmente, quando se alcança este ponto, o valor que se dá a essas coisas já não é mais o mesmo…”
“E o que vamos fazer aqui?”
“Sentar na grama e esperar. Um pouco de paz e reflexão sempre faz bem…”
“Humm, humm…”
Neste momento, se aproxima de uma das casas, um carteiro.
Ele chama, chama, e ninguém atendendo, ele segue seu caminho.
“Observou o carteiro?”
“Sim; polido e profissional.”
“Amanhã, ele vem de novo. E se ainda não tiver ninguém em casa, virá no outro dia.”
“E…”
“A tristeza é o mensageiro. É como se fosse o carteiro.”
“E ela continuará vindo até que consiga entregar a mensagem.”
“Somente após aceitar a mensagem, o destinatário poderá fazer movimentos certos. Ou, pelo menos, deveria..”
“É só então a solução fica mais próxima.”
“Ignorar o carteiro não resolve. Ele sempre volta. É o ofício dele.”
“É verdade, mestre. As pessoas tem uma coisa de negação.”
“É um pouco aquela coisa de criança, que pensa que cobrindo a cabeça, o monstro vai embora…”
“É resistência à mudança?”
“Um pouco. Às vezes, é pura e simplesmente medo, mesmo…”
“As pessoas têm medo de perder as coisas. “
“Algumas perdas são lamentáveis. Mas outras, não.”
“Apenas parecem ser ruins, mas é só naquele momento..”
“Algumas coisas, ninguém pode lhe tirar. “
“Especialmente, o que nunca lhe deram. ‘
“E se um dia se teve e agora não tem mais, já tiraram.”
“Ninguém pode tirar o que nunca lhe deu ou o que já tirou de você. “
“Assim, não se deve pensar em perdas em situações como essa.”
Ficamos em silêncio.
“Sabe quem mora naquela casa?”
“Não…”
“É um professor, de uma renomada universidade.”
“Acho que magistério é missão das mais nobres. “
“Mas, deveriam ganhar milhões. Ensinar o óbvio, às vezes, é de lascar…”
Todo mundo tem dias ruins. Até o mestre.
Hoje não era dia de ser aluno.
Era dia de ser amigo.