Crônicas da vida – De repente 30. E 40,50…

Sábado próximo passado, 27 de janeiro de 2007, eu, minha esposa e minha filha Amanda estávamos no shopping Iguatemi, comprando um guarda-roupa para nossa casa. Enquanto minha esposa acertava detalhes finais junto a vendedora, levei Amanda para o parquinho indoor que tem no shopping. Ela sempre quer ir, impressionante. As vezes estou cansado, apressado ou algum daquelas dezenas de ‘ados que usamos para negar esses pedidos, mas acabo sempre levando. E vendo-a brincar na “xí­cara”, pensei que tenho que levar sempre que posso. Aquele brinquedo sem sentido, girando no próprio eixo e dando voltas, e uma alegria tão grande no rosto da criança. Amanda é grande, já lê, mas tem apenas cinco anos. Faz seis agora dia 20 de fevereiro. Pensei que, de repente, sem que a gente nem note, um dia aquilo não vai mais ter graça pra ela. Não vai mais pedir pra ir. Não vai mais sorrir por estar girando. Não vai por a mão pra fora para bater na minha, no giro do brinquedo. De repente, 10 anos. De repente 20,30,40… Como no filme da protagonista do série Alias, De Repente 30, onde uma mocinha de repente acorda com 30 anos. Eu sei, Tom Hanks já fez isso antes, mas quando se é pai de meninas sempre faz mais sentido com uma atriz… se é que uma estória dessa pode fazer sentido… Deixa minha garotinha ser criança enquanto ela quiser ser, pois de repente um dia… pum, acabou! Vou procurar não inibi-la nem adiantá-la. Meu Deus, nada tão bom como ser criança. Lembrei de mim, olhando minha filha.

Quando menino, eu era goleiro, e dos bons, e como ninguém gosta de jogar no gol, sempre tive colegas mais velhos, pois eu sempre participava dos jogos com eles. Mas eu era um menino ainda… Determinada vez, estava brincando de bang-bang, com meus colegas da mesma faixa de idade (Valter, Ricardo, Darlan…). Dentro dos nossos limites de posses, caracterizados, com coldre amarrado na coxa, alguns até com chapéu, dando tiros com a boca e nos protegendo atrás das amendoeiras. Ao passar do lado do campo, fui tão “zoado” pelos meus colegas maiores que fiquei sem graça. Continuei brincando, mas fiquei achando se eu não estava grande demais para aquilo. Não estava, mas fiquei encucado… Sabe Deus o que eu me adiantei sem necessidade… Agora, tenho quarenta, e qualquer fantasia que não seja de Papai Noel para divertir minhas filhas, é tão inadequado quanto essas calças de cintura baixa usado por balzaquianas, ignorando tudo o que Sir Isaac Newton nos ensinou sobre a lei da gravidade…

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