Crônicas da vida – Minha mãe faria 74 anos

Hoje, dia 16 de fevereiro de 2011, minha mãe faria 74 anos.

Durante muitos anos, deixei esse dia passar sem grandes lembranças. Não foi fácil viver sem ela. Mãe é uma coisa que todo mundo tem. Sempre foi complicado não ter a minha. Ela foi embora cedo demais.

Minha esposa, Márcia, criou um site com a árvore genealógica da família. Foi atrás de informações, conseguiu documentos com minhas irmãs, nomes, datas, e cadastrou tudo. Por conta desse site, hoje de manhã, eu recebi um e-mail: minha mãe faria 74 anos.

Foi muito díficil viver sem ela. Sempre pensei que quando chegasse minha hora, assim que eu chegasse lá e falasse com o responsável (será que “Ele” em pessoa viria falar comigo?) eu iria perguntar porque Ele levou minha mãe tão cedo.

Mãe e PaiMas hoje talvez eu revisse essa pergunta. Muitos anos se passaram, muita coisa aconteceu na vida, me casei, minhas filhas nasceram, muitos conhecimentos foram adquiridos e novas opiniões formadas. Além disso, se “Pedrão” me deixar entrar, é pouco provável que “Ele” esteja lá para me receber… ainda tenho muito chão para andar…

Mas, voltando ao nosso dia-a-dia, hoje, voltando da escola, conversava com minha filha mais velha, Glória. Falávamos sobre um programa da televisão paga, o “Ghost Hunter”, sobre ter medo dessas coisas ou não, sobre nossas “experiências” com fantasmas, como deveríamos proceder, etc.

Acredito em espíritos, e se você quiser chamar algumas manifestações físicas deles de fantasmas, tudo bem. Falamos sobre como seria legal se achassem algo no Centro de Cultura no Rio, pois aí poderíamos visitá-los…

Depois, sozinho fiquei pensando em como seria o encontro com minha mãe. Não quero morrer, tenho uma ótima vida e uma família maravilhosa, mas seria mentira dizer que as vezes não divago sobre isso. Fiquei pensando em como vai ser legal quando eu a vir no paraíso.

Aí me deu um pensamento: e se eu não for para o “paraíso”, para o mesmo lugar onde ela está? E se eu for, mas por algum desígnio de Deus, não me for permitido reconhecê-la? Será que eu saberei o nome dela, quando a encontrar no paraíso?

Se eu for merecedor, Deus me dará esta graça, de encontrá-la de novo. Mas Deus me fez pensar que, ao invés de ficar sonhando agora com este futuro, que eu seja grato e feliz pelo que a gente pode desfrutar no passado. Mesmo que pouco, foi intenso. Sincero. Amoroso. Feliz aniversário, mãe!

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